Um semestre cor-de-rosa
Mesmo que Papai Noel não seja facilmente influenciável, o fenômeno barbiecore deve se estender por mais algum tempo. Na avaliação do professor do UniCuritiba, é possível que o rosa predomine durante todo o segundo semestre deste ano.
“Como a estreia do longa-metragem é recente, é cedo para avaliarmos todos os reflexos no marketing, nos hábitos de consumo e na economia, mas uma coisa é certa: esse fenômeno deve permear vários setores, muito além do vestuário e das festas infantis. Nada impede que tenhamos, por exemplo, eletrodomésticos cor-de-rosa”, analisa o consultor nas áreas de Planejamento Estratégico, Vendas e Marketing.
Seis décadas de sucesso
Sergio Czajkowski Júnior explica como uma boneca lançada nos Estados Unidos em 1959 consegue ser tão influente ainda hoje. “A Barbie foi inspirada em uma boneca alemã focada, originalmente, no público adulto e foi a Mattel quem a transformou na versão que conhecemos hoje, mais dedicada ao público infantil. Quem tem 40, 50 ou 60 anos brincou com a Barbie e essa nostalgia explica parte do fenômeno barbiecore provocado pelo filme.”
De acordo com o professor, o lançamento da Barbie foi um “marco divisor” na indústria de brinquedos. “Antes da Barbie, as bonecas eram inspiradas em bebês e, depois da Barbie, as crianças do mundo todo começaram a brincar com uma boneca de aparência mais adulta. Foi uma ruptura importante no mercado infantil.”
A permanência da Barbie nas lojas e no imaginário de gerações só foi possível, aponta Sérgio, porque a Mattel soube se adaptar ao mercado. “A empresa faz fortes investimentos em marketing, mas a Barbie precisou se moldar às mudanças culturais para sobreviver. Ela foi o ideal de mulher nos anos 1960 e 1970, mas será que as meninas de hoje se relacionam com esse mesmo padrão de beleza?”
Barbie transformada
Estudioso das áreas de Marketing, Branding e de Planejamento Estratégico, Sérgio diz que em meados dos anos 2010 a Mattel teve problemas com a venda das Barbies. À época, a boneca perdeu o posto de carro-chefe entre os brinquedos nos Estados Unidos. “Foi preciso se adaptar aos novos tempos e a Mattel lançou produtos complementares para reconquistar o mercado, como joguinhos da Barbie, DVDs, sites dedicados à boneca etc.”
Na avaliação do professor do UniCuritiba, o lançamento do filme não apenas movimentou a economia, mas se tornou uma excelente oportunidade para a reflexão. “A Barbie não tem, atualmente, a mesma importância e a influência que tinha para gerações passadas, mas a ida de mães e filhas, juntas, ao cinema, pode proporcionar bons debates. O roteiro do longa-metragem foi pensando para isso e sai do universo barbieland para discutir questões atuais”, finaliza Sérgio.
Sobre o UniCuritiba
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